terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Anjo

Além dos horizontes mais dispersos
Deitados sob as nuvens de veludo,
Um anjo fulgurou seu canto mudo
Subindo pelos braços do universo;

Espalha negras chamas pelo vento
No ardor de sua angélica tristeza,
E chora a sua mágoa à lua acesa
Que banha a superfície em tom cinzento;

Vertigens que colorem seus olhares
No tom mais azulado da agonia
Usando o cobertor da noite fria
Pr'o alento de seus medos e pesares;

Pedindo para estrelas do oriente
Um fim pr'a sua febre dolorosa,
Que dança nessa valsa lacrimosa
Co'os sonhos que se esvaem pelo poente;

Em dores dessa aflita criatura
Prostrada no seu mar de desencanto,
Mergulha as suas asas de amianto
Num céu que se transforma em sepultura.

Nenhum comentário: