sábado, 19 de setembro de 2009

Azul-silêncio

Anoiteceram cinzas na Lua do meu ser
E amanheceu tristeza na pele do meu cosmo;
Agora, o que restou são galáxias de ilusão
Fulgindo desalentos pelo céu de minha garganta;

Anoiteceu Lua sobre as cinzas do meu ser
E morreu asfalto pela curva da existência
Deixando-me castelos de tempo-espaço destruídos
A tingir gelo sobre meus olhos de esperança.

Surgindo quietude nas ruínas do meu ser
E ferrugem corrosiva dos veios da matéria,
Escrevo o pranto seco da estrela dos meus sonhos
Nos mármores etéreos do universo desta vida;

Por entre os rios rubros de alegria e de acalanto,
Nasceu o azul-silêncio do relógio desta alma
Que imerge sob o sono da eternidade sem aurora.

Luas De Quartzo

Sob luas de quartzo
Ressoando seu brilho,
Florescem poesias
Em celeste afluente;

Pelas nuvens valsando
Nos mares siderais,
Desenham-se meus versos
Em órbitas errantes .

No infindo horizonte
Da noite, eu já mergulho
Nos vôos madrigais
De letras e delírios

Que escrevem a beleza
Dessa estrela azulada
Que ilumina a minha alma
Co'as chamas dos seus olhos!

domingo, 13 de setembro de 2009

Náusea

Espessos turbilhões de ansiedade
Descendem pelos ferros da garganta
Trazendo o dissabor que desencanta
E imerge toda vida em nulidade;

O medo que fibrila em toda veia
E rasga a epiderme das nervuras
É o rosto dssa angústia mais escura
Que o corpo e todo espírito, permeia.

Luares lacrimosos, lazarentos,
Luzindo o lamaçal dos desalentos
Em langues labaredas deletérias

Refletem toda a náusea da existência
Que escreve pelos céus da consciência
As órbitas eternas da miséria.


22/6/09

A Árvore




Em meio a tão insone atmosfera
De caos e de volúpia transcendentes,
Germinam os seus frutos e sementes
Nutrida por um solo em chaga austera;

Sob secas e tormentas tão severas,
Ascendem os seus galhos, em torrentes
Pro abismo desses céus incandescentes
Morados por demônios e quimeras.

Aos ventos divagantes e velozes
Que, loucos, verbalizam suas vozes
De insânias divagantes em venetas,

Floresce sob a angústia e sob o medo
Essa árvore que definha, já tão cedo,
Num mundo submerso em nuvens pretas!


1/9/09

*poema inspirado pela pintura do Zdzislaw Beksinki, mostrada na imagem acima.

Caos

A flor da consciência
Sorri mil nuvens negras
De insânia e de mercúrio
Nos céus da minha mente.

Canteiros de quimeras
Florescem luas mortas
Caídas pelos vales
De cinzas da esperança.

Um chumbo violáceo
Já brota nos meus nervos
Botões de supernovas
Gritando de histeria.

Harmônicos de inferno
Ecoam na minha alma
Seus anjos de ferrugem
Voando meus delírios

E os olhos dessa vida
Enterram sóis de sonho
Na quântica galáxia
Do caos dessa existência.


7/8/09