segunda-feira, 2 de junho de 2008

Perfume das neves

Na pele macia que envolve seu corpo
Transpiram seus traços serenos de lírio
Tingindo meu sonho no rubro delírio
Da carne e quimera num mundo absorto;

Ao longo da noite tão bela e tranquila
Transposta no lago sem fim dos olhares,
A chama pulsante do amor já rutila
Aos arcos mais plenos dos ciclos lunares;

Ao mar que já dança em vibrantes arpejos
Escrevo uma imagem nos bancos de areia
Que mostra nas praias de infindos desejos
Os níveos ardores que correm nas veias;

No vôo mais pleno 'té o fim do horizonte
Levado na brisa da tarde tão leve,
Mergulho nas nuvens que têm como fonte
Seu doce perfume em texturas de neve.