quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pazuzu

Provinda do deserto da Suméria,
É a besta que comanda os quatro ventos
E espalha pelo mundo o caos sangrento
Por meio duma chaga deletéria;

Arcanjo da tristeza e da miséria,
Carrega no seus braços pestilentos
A muda da discórdia e do tormento
Que brota em todo ser em dor etérea.

Horrenda, tão nefasta criatura,
Senhora das planícies obscuras
E terras de paisagens mais devassas

Ressoa pelos céus, à lua acesa,
O canto que destrói a natureza
E torna toda vida em mil desgraças!

Degenerescência

Imagens holográficas que bailam
No véu do cerebelo distorcido
Escrevem padrões cósmicos de insônia
Nas órbitas senis da minha mente.

Nos fios derretidos da memória
Florescem fractais inconscientes
De nômades quimeras já sem asas
Sorrindo nuvens negras de histeria.

O fogo dissonante da existência
Cozinha a minha insânia espiralada
Que grava cataclismos nos meus olhos
Com pele de tormentas vasculares;

Por meio desses números quebrados
Do ser, sob equações degeneradas,
Desenho eternidades divergentes
Nos planos negativos da minha alma.


23/9/09