sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sonolência

Em tardes de sardônica beleza
Luzindo as fragrâncias do Deus Sol,
Flutua como um frágil rouxinol
As asas que me envolvem na tristeza;

Em meio a essas cores tão vazias
Que banham e preenchem céus devassos,
Eu danço nos funéreos descompassos
Da valsa que anuncia o fim dos dias;

Mergulho nessa nuvem de vertigem
Que eleva este meu ser à torpe altura
E inunda o coração coa ânsia impura
Das cinzas que provem de sua origem;

Nos olhos em que fecham suas portas
Pro mundo interior em decadência,
A mente já se entrega à sonolência
Das veias pronde escorrem flores mortas...


8/2/07

2 comentários:

Fernanda Rodrigues Barros disse...

Carlos, a cada poema que leio, percebo algo de próprio em sua escrita. Neste identifiquei: coa (com a) e pronde (para onde). Lembrei de uma discussão ferrenha que tive com um professor medonho em seu "dogmatismo". Eu disse a ele que as pessoas não usam muito "num, "dum" pensando que é uma forma errada, mas não é. E além disso, esse uso ajudaria muito na contagem de sílabas em alguns versos. Pois enquanto se escreve "de um" (contando-se duas sílabas), pode-se muito bem escrever "dum", dando mais rapidez e agilidade à leitura. Gosto quando analiso formas únicas de se expressar, pena que não temos muito disso tudo - nos outros - que vc sabe fazer tão bem!

Amplexos de Admiração!

medusa que costura insanidades disse...

"Em meio a essas cores tão vazias
Que banham e preenchem céus devassos,
Eu danço nos funéreos descompassos
Da valsa que anuncia o fim dos dias;

Mergulho nessa nuvem de vertigem"


é de vertigem eu sei,viver é morar em vertigens
a valsa do fim dos dias.....danço essa
céus devassos,amei!