terça-feira, 25 de setembro de 2007

Inertes

Num corpo que imerge no mar infinito
Vestido nos trajes da vime loucura,
A negra mortalha estéril e impura
Recobre seu tronco tal pêndulo aflito;

Imagens que correm num prisma finito
Mostrando na terra sua insana gravura,
Tais sonhos que nascem d'uma aura obscura
E assim pesteneja teus sórdidos ritos;

Nos vales sombrios dos riachos sem vida
Lampeja o fulgor da quimera perdida
Sob débil franzir destes olhos celestes;

No frio abissal das montanhas veladas
Ascende o delírio das luzes aladas
Pr'a sempre jazidos nos flancos inertes.


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