terça-feira, 18 de setembro de 2007

Serenata

Na pálida essência brilhante
Das luas em faces de prata,
Ressoa este arpejo vibrante
Da triste e mordaz serenata;

Ardendo suas cordas funéreas
Em densos lençóis de saturno,
Levando as augustas misérias
Aos prados de orvalho noturno;

Por astros que clamam veemência
No débil luzir d'alvorada,
A música em vime insolência
Transmuta sua voz azulada;

E assim num afronte anestésico
As sombras recaem sobre o vento,
Jazidas no ardor sinestésico
D'um torpe valsado ao relento.


Nenhum comentário: