sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pele

Desejos sem perfume e sem esperança
Já dançam no colar da minha espinha
Trazendo em suas bocas desmembradas
A gota efervescente da histrionia;

Chorando tintas mortas de esqueletos
A mente recheada de neuroses
Figura os rostos frágeis das memórias
Quebrando-se em vidraças catalépticas.

Passando o carvão cinza dos meu sonhos
No anel das luas rasas em conflito
Escorrem no meu crânio os infinitos
Segundos de lembranças em tela errante;

Vibrando as dez mil vozes dissonantes
Que sangram fragmentos de apatia
O pulso convalesce em seus arpejos
A pele distorcida da existência.

Um comentário:

Iriene Borges disse...

Lembrei Augusto dos Anjos, o poeta da minha adolescência.