quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Dissabor

Por lágrimas fluentes transluzidas
Na lua que do espaço se levanta,
Expalana seu vigor que me acalanta
Por átrios de fragrâncias esquecidas;

Por olhos de membranas perecidas
Ao lume do horizonte que me espanta,
Arpeja esta harmonia que me encanta
Nos quadros de miragens aturdidas;

Tristeza que das veias se desflora
Vertendo nos matizes desta aurora
As dores mais silentes do meu fardo;

Nas fibras desta carne que me veste
Envolvo-me no abraço mais celeste
Do eterno dissabor em que eu ardo.

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