A chuva que decora o céu da tarde
Vertendo a sua dor em vil torrente
Reflete o desalento que me arde
E banha-me em sua água enlanguescente;
Deitado sob as mantas estreladas,
Só vejo os largos sonhos que nutria
Perderem-se na história das estradas
Erguidas pelos braços da agonia;
(O peso do horizonte já retrata
O tom da minha exangue serenata...)
Relógios que apresentam sua dança
No palco da miséria que eu contemplo
Me tornam um fantasma sem lembrança
Fazendo da tristeza o próprio templo;
Diante da visão que já se enturva
No abismo que me abre as suas portas,
Mergulho este meu ser na eterna curva
Dos mares siderais de cores mortas.
20/12/08
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