É ser das mais profundas agonias
Tingida por um mar de cores nuas
Cantando seus delírios para as luas
Que brilha como estrelas já tão frias;
Transpira e desabrocha sob as portas
Do sol que descolore folhas virgens,
Flertando pelos campos das vertigens
O céu que bruxeleia nuvens mortas;
Exala pelos ares sua essência
Na cor de seus feitiços mais devassos,
Que pintam as montanhas nos tons lassos
Das flautas em orquestras de clemência;
Abrindo as suas pétalas serenas
Pr'a brisa que perfuma jardins ralos,
Revela o desalento destes halos
Que explanam suas dores mais terrenas;
Em vez de sua face tão vistosa
Luzir em seu rubor iridescente,
Espalha num langor convalescente
As carnes que florescem desta rosa.
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2 comentários:
Engraçado.. passei a leitura toda do poema tentando identificar onde estava a flor e onde estava a carne. Somente no final, pude perceber que esta nasce daquela! A métrica usada é perfeita: rimas ricas, quase todas feitas com ora subjetivos ora adjetivos. É claro que falar de métrica é quase um desatino, já que um poema assim, merece muito mais ser "sentido" do que carregado pelo algoz da razão!
lindo
novamente a vertigem e a devassidão...
"jardins ralos"
Carlos teu estilo é único e me arrebata
sou uma grande fã sua
bjo
e flor de nervos
foi ótimo girar no seu carrosel......
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