Na pele macia que envolve seu corpo
Transpiram seus traços serenos de lírio
Tingindo meu sonho no rubro delírio
Da carne e quimera num mundo absorto;
Ao longo da noite tão bela e tranquila
Transposta no lago sem fim dos olhares,
A chama pulsante do amor já rutila
Aos arcos mais plenos dos ciclos lunares;
Ao mar que já dança em vibrantes arpejos
Escrevo uma imagem nos bancos de areia
Que mostra nas praias de infindos desejos
Os níveos ardores que correm nas veias;
No vôo mais pleno 'té o fim do horizonte
Levado na brisa da tarde tão leve,
Mergulho nas nuvens que têm como fonte
Seu doce perfume em texturas de neve.
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